Saúde

ONU afirma que uma em cada 7 crianças tem problemas psicológicos na África Subsaariana

A informação foi avançada num comunicado conjunto publicado por ocasião do Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado neste domingo 10 de outubro, as duas agências da Organização das Nações Unidas (ONU) indicaram que as crianças e os adolescentes estão sempre em risco de sofrer problemas mentais, especialmente os vulneráveis que enfrentam a pobreza, a discriminação e a violência.

O relatório apontou também os efeitos das alterações climáticas, as altas taxas de infecção pelo HIV (o vírus que causa a SIDA), a gravidez na adolescência e as emergências humanitárias como ameaças constantes ao bem-estar mental de crianças e adolescentes em África.

A Covid-19 expôs ainda mais as desigualdades globais, incluindo os cuidados de saúde mental uma vez que as crianças africanas estão sujeitas a ameaças ainda maiores com o encerramento de escolas, nomeadamente uma maior exposição aos conflitos armados e a falta de oportunidades para brincar e socializar com os amigos.

Além disso, os longos confinamentos devido à Covid-19 aumentaram os casamentos precoces, a gravidez na adolescência e a violência sexual e doméstica contra menores, sobretudo meninas.

Neste sentido, a OMS e o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) realçaram que “a disponibilidade e a qualidade dos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes em África são muito deficitários”.

Mesmo em países onde há psicólogos e psiquiatras especializados em menores, a média é de apenas um destes profissionais de saúde mental para cada quatro milhões de habitantes.

A diretora da OMS para a África, Matshidiso Moeti disse que o investimento em saúde mental continua extremamente baixo em África, com um gasto público inferior a um dólar ‘per capita’ “Não podemos permitir que milhões de crianças que precisam de cuidados não os tenham” realçou

Segundo o director da UNICEF para a África Oriental e Austral, Mohamed M. Malick Fall, “é urgente abordar a saúde mental das crianças e adolescentes em África”.

Mohamed Fall sublinhou ainda que “Ao longo dos anos, milhões de jovens foram expostos a desafios que seriam muito difíceis de enfrentar para a maioria dos adultos, pois muitas vezes têm que lidar com os impactos psicológicos por si mesmos. Os nossos sistemas ainda lhes estão a falhar

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