Luís Nunes, governador da Huíla
O primeiro secretário do MPLA na Huíla e concomitantemente governador daquela província, Luís Nunes, afirmou, durante a sua intervenção na abertura da VIIIª Reunião Ordinária do Comité Provincial do partido, que o combate ao desvio do erário, à corrupção, à impunidade, ao nepotismo e a outros males que enfermam a sociedade, está a incomodar muitos que viviam destas práticas.
O também empresário acrescentou ainda que muitos dos que viviam destes males estão aflitos e que por isso estão a intensificar campanhas de conspiração, difamação, desinformação, calúnia e provocações com o objectivo de frustrar o combate desencadeado pelo presidente João Lourenço, pondo em causa o bom nome e a governação actual.
“Estas atitudes e comportamentos”, declarou o governador da Huíla, não dignificam e, por este facto, “devemos estar cada dia mais vigilantes e contrapor esta agenda de subversão da ordem pública”, disse Luís Nunes, que também defendeu a necessidade de se intensificar as campanhas de moralização da sociedade.
Durante a sua intervenção, Luís Nunes sublinhou ainda que a crise económica e financeira agudizada pela pandemia da Covid-19, tem estado a dificultar a execução de programas para a redução da pobreza e do desemprego, que são os principais problemas que afectam a população.
Garantiu também, que apesar do actual contexto, o Executivo está e vai continuar a trabalhar para melhorar as condições sociais das populações.
Entretanto, importa referir que embora o governador Luís Nunes enalteça a luta contra a corrupção, o nepotismo, favorecimento e tráfico de influência, o facto é que o próprio governador da Huíla, por via de suas empresas, tem sido muito beneficiado por parte do actual Governo.
Por exemplo, segundo o jornal Valor Económico, na sua edição do dia 5 de Agosto de 2019, a OMATAPALO, empresa do governador da Huíla, Luís Nunes, recebeu, só de Janeiro a Agosto daquele ano, obras avaliadas em cerca de 488 milhões de dólares, tornando 2019 o ano mais produtivo para a empresa desde 2008, em termos de obras públicas.
A destacar, neste caso, o facto de as obras terem sido adjudicadas à OMATAPALO sem concurso público, violando não só as regras, mas também maculando os discursos de combate ao favoritismo, tráfico de influência e entre outros males.
A obra de maior valor atribuída à OMATAPALO foi a construção da circular do Lubango, em duas fases, atribuída em Julho. A empreitada esteve avaliada em mais de 196 milhões de dólares, cerca de 173 milhões dos quais financiados pela linha de crédito a exportações da COSEC, de Portugal, tendo sido esta situação apresentada como razão para que a Omatapalo fosse a escolhida, visto ser de origem portuguesa, dado que o despacho presidencial determinava que as obras desse projecto seriam realizadas através de financiamento na linha de crédito à Exportação da COSEC, que torna elegível ao financiamento apenas empresas de origem portuguesa ou de Países da União Europeia.