Saúde

Angola em negociações com a União Europeia para um certificado covid

A ministra da Saúde deslocou-se, esta manhã, na companhia do embaixador de Portugal em Luanda, ao espaço Paz Flor, onde estavam a ser administradas vacinas da Sputnik, Pfizer, Sinopharm e AstraZeneca, estas últimas doadas pelo governo português, as primeiras 50 mil, e que chegaram na passada quinta-feira ao aeroporto 4 de Fevereiro, num voo da TAP que trouxe ao território angolano o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

E foi em Luanda, que António Costa, o primeiro-ministro português, que também se deslocou à capital angolana para a Cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, anunciou que Portugal conta disponibilizar para os PALOPs e Timor-Leste cerca de 3 milhões de vacinas, às quais se acrescenta mais um milhão no contexto de outras doações.

E esta segunda-feira, em Luanda, foram administradas as primeiras vacinas da AstraZeneca doadas por Portugal, e são AstraZeneca as vacinas que mais foram inoculadas aos angolanos. “De todas as que temos, as com que vacinamos mais são da AstraZeneca”, afirmou a ministra da Saúde, que adiantou que o Governo angolano vai receber em breve um número considerável de vacinas da Pfizer e mais 5 milhões Johnson & Johnson (Jansen) através da União Africana, estas vacinas serão administradas as pessoas que registem maior mobilidade, como são os casos dos povos nómadas do Sul.

Sílvia Lutucuta garantiu que a população elegível para ser vacinada é de 15,8 milhões de pessoas, cerca de metade da população, desde total, a iniciativa Covax só chegará para 6 milhões, por isso mesmo, as autoridades de Saúde angolanas estão no mercado a comprar vacinas onde elas estiverem disponíveis. Neste momento, Angola conta com a vacinação plena (as duas doses) de 642 mil pessoas.

Questionada a ministra sobre a possibilidade de Angola ter um certificado de vacinação aceite no espaço europeu, Sílvia Lutucuta adiantou que o Ministério das Relações Exteriores está em negociações com a União Europeia para nesse sentido e que até ao fim do ano haverá novidades.

O embaixador de Portugal, Pedro Pessoa e Costa, que acompanhou a ministra da Saúde durante a visita, não poupou nos elogios, dizendo que “Angola tem sido um exemplo” na forma como tem lidado com a covid, um país que tem sabido “aprender com os erros dos outros” e garantiu que Portugal está sempre atento às necessidades de Angola.

A ministra da Saúde reconheceu isso mesmo, não só no que diz respeito às vacinas, mas também ao apoio na formação de enfermeiros e outros técnicos especializados no combate à covid-19.

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