O presidente de Ruanda, Paul Kagame, disse, esta segunda-feira que há discussões sobre como “resolver” o destino de Paul Rusesabagina, que foi retratado como um herói no filme de Hollywood, “Ruanda Hotel” e cumpre actualmente uma sentença de 25 anos de prisão, no Ruanda, por acusações de terrorismo, depois de um julgamento contestado pela comunidade internacional e que perturbou o regime ruandês.
Rusesabagina foi condenado em Setembro de 2021 devido à sua ligação com uma organização que se opõe ao governo de Kagame. Negou todas as acusações e recusou-se a participar do julgamento, a que chamou de farsa política.
Washington criticou a forma como Rusesabagina foi preso e a falta de garantias de julgamento justo. Rusesabagina tem residência permanente nos Estados Unidos.
Kagame disse que o país não seria intimidado por Rusesabagina, mas na segunda-feira parecia sugerir que havia espaço para um acordo.
“Não estamos presos ao nosso passado. Avançamos para o futuro”, disse Kagame durante uma entrevista, em vídeo, no Fórum de Segurança Global.
“Portanto, há discussão, há a procura, de todas as formas possíveis, de resolver o problema sem comprometer os aspectos fundamentais do caso.”
Em Agosto último, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que havia transmitido as suas preocupações a Kagame sobre o julgamento. O Ruanda insiste que o julgamento foi legal.
Rusesabagina foi homenageado em todo o mundo depois de ser interpretado pelo actor Don Cheadle no filme de 2004, “Ruanda Hotel”, o filme dá o lugar de um herói que arriscou a vida aos abrigar centenas de pessoas num hotel de luxo durante o genocídio de 1994, era o gerente do hotel.
Grupos de direitos humanos dizem que a prisão de Rusesabagina é um exemplo de como Kagame usa tácticas autoritárias para esmagar a oposição política e prolongar as mais de duas décadas no poder, alegações que o presidente nega.