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A vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, uma figura proeminente e polémica na América Latina, que cumpriu dois mandatos como presidente da Argentina, foi condenada esta terça-feira por acusações de corrupção, sentenciada a seis anos de prisão e proibida de ocupar cargos públicos por toda a vida.
Um colectivo de três juízes considerou a peronista de 69 anos, talvez a política mais influente do país nas últimas duas décadas, culpada de fraude durante o seu mandato como presidente por direccionar milhões de dólares em dinheiro dos contribuintes para um amigo da família.
O tribunal argentino não considerou uma outra acusação em que Kirchner era dada como líder de uma organização que planeava subornos e sobrefaturamento de projectos de obras rodoviárias na Patagónia.
Kircher negou qualquer irregularidade e deve apelar, e referiu-se ao tribunal como um “pelotão de fuzilamento”, motivado por perseguição política com o objectivo de a impedir de concorrer a um terceiro mandato como presidente no ano que vem.
Como vice-presidente e senadora, Cristina Kirchner goza de imunidade, deve ficar de fora da prisão e a proibição de concorrer a cargos públicos só será um facto quando os recursos estiverem esgotados, o que provavelmente levará anos.
Entre 2007 e 2015, o tempo em que ocupou o cargo a Presidência da Argentina, Cristina Kirchner passou milhões de dólares para o magnata da construção Lázaro Báez, um amigo próximo.
Durante seu mandato e o de seu falecido marido e predecessor, Néstor Kirchner, as empresas de Báez receberam do governo dezenas de contratos para construir infra-estruturas rodoviárias na província de Santa Cruz. A vasta e escassamente povoada província no sul da Argentina, a província natal dos Kirchners e a base a partir da qual lançaram sua dinastia política, na década de 1980.