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UNITA minimiza declaração do bureau político do MPLA e diz que “quem não dialoga é fraco”

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O bureau Político do MPLA produziu um comunicado, e que a Camunda News divulgou, com uma mensagem implícita dirigida ao líder da UNITA, mas, e mais importante do que a mensagem para Adalberto Costa Júnior, consideramos que o tom do comunicado, só por si, evidencia a incapacidade do partido do poder em interpretar os sinais que foram dados nas eleições gerais de 24 de Agosto, quando o MPLA teve o seu pior resultado eleitoral de sempre.

Alheio ao facto, e ainda mais aos resultados do MPLA na província de Luanda, em que o partido do poder obteve cerca de metade dos votos da UNITA/FPU (Frente Patriótica Unida), o ‘Kremlin’, como também é conhecida a sede do MPLA, continua a produzir comunicados de um partido que permanece no século XX, quando os desafios são do século XXI.

Talvez por isso, a UNITA também minimizou a declaração do bureau Político do MPLA.

“Nós realizamos uma marcha da liberdade pacífica, ordeira e calma”, disse ao Novo Jornal o porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, questionado sobre a posição do Bureau Político do MPLA, acrescentando que quem não aceita reptos para dialogar “é fraco”.

O MPLA disse que não caminhará em qualquer circunstância com o líder do partido do “Galo Negro”, de forma implícita, depois de Adalberto Costa Júnior ter admitido caminhar com o MPLA se isso for importante para defender os interesses dos angolanos.

Marcial Dachala, sobre o assunto, acrescentou o diálogo é a arma dos homens fortes. “Aquele que liminarmente exclui o diálogo na sua forma de estar e de ser na vida é fraco. Nós pensamos que vamos continuar na nossa linha, aquilo que foi definido claramente pelo nosso líder. Isso não demorara muito tempo, vamos dialogar”, acrescentou o porta-voz da UNITA salientando que a isso lhes impõe a história do País.

O presidente da UNITA e líder da Frente Patriótica Unida (FPU) disse no passado sábado que vai pedir rapidamente um encontro ao Presidente da República para procurar um caminho que permita fazer o país um lugar bom para todos os angolanos.

Acrescentou que vai usar “todos os poderes” enquanto Conselheiro da República para aconselhar João Lourenço até ao limite” de forma a construir uma Angola sem instituições partidarizadas sujeitas aos ditames do partido único.

“Angola tem futuro, queremos as reformas que o país precisa, o nosso inimigo comum é o Estado partidário, o partido único… e desta vez expusemos sem limite as instituições partidárias e vamos continuar a luta dentro e fora das instituições”.

Por agora, já se percebeu, e que no que depender do MPLA, que o diálogo de Adalberto Costa Júnior corre o risco de se transformar num monólogo, porque o MPLA não reconhece legitimidade aos seus adversários, mesmo que eles legitimem as instituições democráticas angolanas das quais o ‘partido dos camaradas’ também faz parte.

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