Terroristas continuam a decapitar cidadãos em Macomia, Cabo Delgado
De acordo com alguns sobreviventes e testemunhas, os rebeldes decapitaram os três homens e forçaram as esposas a carregarem cada uma a respectiva cabeça e a apresentarem as autoridades distritais.
O ataque, o terceiro na mesma aldeia em duas semanas, aconteceu nas matas próximas à aldeia, onde está refugiada a maioria da população.
Fatine Ismael, um sobrevivente do ataque, acrescentou que o grupo ficou dividido e discutiu por várias horas a decisão de matar os civis tendo garantido que o assassinato das três pessoas ocorreu por volta das nove horas da manhã.
Ismael, que viu tudo a partir de um esconderijo, contou que “na Nova Zambézia, a maioria da população está nas matas. Quando os terroristas chegaram, de surpresa, naquele lugar encontraram três casais, e antes de decapitar os homens, queriam indicações sobre a outra aldeia”.
Um outro morador, que pediu o anonimato, contou que depois da “agitação” provocada por ataques anteriores, a população se refugiou nas proximidades, e “agora os terroristas perseguem as pessoas nas matas para serem decapitadas”.
Após se aperceberem do ataque, os militares de Moçambique e da África do Sul, prosseguiu Ismael, chegaram a seguir as pistas do grupo.
A Polícia em Cabo Delgado ainda não se pronunciou em relação ao crime.
Desde 2017, os ataques de terroristas concentrados no norte de Cabo Delgado causaram a morte de, pelo menos, 3 mil e 100 cidadãos, e colocaram 850 mil pessoas na condição de deslocados internos, que enfrentam dificuldades de acomodação e alimentação.