Quênia e Somália continuam em discordância com a decisão do Tribunal Internacional De Justiça
A nova fronteira imposta pelo Tribunal Internacional seguiu uma diretriz de acordo com o manifesto da Somália, atribuindo a ela vários blocos de petróleo offshore reivindicados pelo Quênia.
Analistas afirmam que o Quênia acabou por perder quase 44 por cento do que pretendia ganhar após esta decisão
Aquando do seu veredito final, o tribunal negou ao Quénia, o que, supostamente estava acordado, visto que os quenianos se viram impossibilitados de apresentarem as provas, de que havia uma fronteira marítima estabelecida entre os estados, o que lhes daria uma porção maior do território disputado.
Por sua vez, Uhuru Kenyatta, presidente do Quênia, rejeitou, em dada altura, uma decisão do tribunal superior da ONU, no qual permitiu que a Somália assumisse o controle da maior parte de um pedaço potencial rico em petróleo e gás do Oceano Índico.
“Embora o Quênia não esteja surpreso com a decisão, está profundamente preocupado com a importância da decisão e suas implicações para a região do Chifre da África e o direito internacional em geral. Situação essa, que forçou o Quênia a rejeitar na totalidade a decisão dada pelo tribunal.
Entretanto, o presidente da Somália, em seu discurso, referiu que a decisão do tribunal internacional mediante a disputa de fronteira com o Quênia, acabaria por ser uma oportunidade de relações unilaterais entre dois países.
“O Quênia deveria, em vez disso, ver a decisão do tribunal como uma oportunidade para fortalecer o relacionamento de nossos dois países e a colaboração de seus vizinhos. A Somália não escolheu ser vizinha do Quênia, mas foi a vontade do Deus Todo-Poderoso, que somos forçados a viver como vizinhos pacíficos. A Somália se comprometeu com isso para sempre e dá as boas-vindas agora “, exortou o presidente Mohamed Abdullahi Mohamed, denominado como Farmajo.
O canal de informação pan-africano, Africa News, fez uma análise descritiva, detalhada, com base nas consequências da decisão, entre a Somália e no Quênia, onde os jornalistas Ronald Kato e Michael Oduor do Africanews, debruçaram acerca do assunto bem como suas implicações, para os dois países vizinhos.
A questão que permanece na mente de todos é o que está em jogo? Por que Nairóbi e Mogadíscio são tão apaixonados por essas águas, por essa área?, questionou o jornalista Odour.
“Somos levados a acreditar que eles estão lutando pelas fronteiras marítimas, mas na verdade, o principal aqui em jogo é que temos uma grande parte do mar que contém depósitos de petróleo e gás. É aqui que temos o pomo da discórdia entre os dois países. Portanto, é uma questão de recursos. Simples assim. O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, disse que vai lutar pela fronteira, mas é tudo uma questão de recursos “, sustentou, Michael Oduor, acrescentando, que o Quênia rejeitou a decisão, enquanto a Somália a acolheu. O Quênia e a Somália estão em desacordo há vários anos, com o último acusando o Quênia de interferir em seus próprios assuntos internos.
Portanto, segundo Michael Odour, ainda não foi divulgado e vamos ver o que vai acontecer a seguir. Mas mesmo se olharmos para os números da oposição somali, eles realmente esperavam que a Somália perdesse este caso, para capitalizar sobre isso, para ganhar popularidade. Mas agora, já que a Somália acabou de ganhar, isso, significa que Farmajo ganhou popularidade como o protetor da Somália “, citou o jornalista.