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O presidente russo, Vladimir Putin, concedeu, esta segunda-feira, a cidadania russa a Edward Snowden, o ex-analista de segurança dos Estados Unidos que divulgou informações sobre programas de vigilância ultra-secretos do país e que é procurado por Washington com a acusação de espionagem.
Snowden, de 39 anos, foi um dos 72 estrangeiros que receberam cidadania russa através de um decreto assinado por Putin.
Snowed, que se considera um denunciante (whistleblower), fugiu dos Estados Unidos e vive na Rússia, que lhe concedeu asilo, desde 2013.
Snowden recebeu residência permanente no país em 2020 e seus advogados disseram, na época, que que ele tinha a intenção de renunciar à cidadania norte-americana e procurava, por isso, obter um passaporte russo.
As revelações de Snowden, publicas em primeiro lugar The Washington Post e no The Guardian, foram sem dúvida a maior violação de segurança da história dos Estados Unidos. As informações que divulgou revelaram vigilância ultra-secreta da NSA (o acrónimo inglês para Agência de Segurança Nacional), parte de um programa conhecido como PRISM, capaz de extrair uma ampla gama de informações digitais.
Em 2017, Putin disse no documentário de Oliver Stone, o controverso realizador norte-americano e confesso admirador de Putin, que não considerava Snowden “um traidor” por divulgar segredos do governo norte-americano.
“Como ex-agente da KGB, deve ter odiado profundamente o que Snowden fez “, perguntou-lhe Stone, e Putin respondeu: “Snowden não é um traidor”, e acrescentou, “ele não traiu os interesses de seu país. Tão pouco transferiu para outro país qualquer informação que fosse perniciosa para seu próprio país ou para seu próprio povo. A única coisa que Snowden faz, faz publicamente.”