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A medida foi anunciada hoje pelo secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, dando conta que os docentes “acataram os apelos da Igreja Católica e dos respectivos bispos”.
Os dirigentes católicos “reconhecem a razão dos professores e recomendam ao Governo a resolver o problema, mas apelam para a situação social da maioria dos estudantes das instituições públicas do ensino superior”, muitos “pertencentes a famílias pobres”, disse hoje à Lusa o dirigente sindical.
A greve “por tempo indeterminado” dos professores universitários teve início em 3 de Janeiro e já havia registado uma primeira interrupção, de um mês, em Abril. A nova interrupção tem início hoje e termina a 24 de Outubro.
Eduardo Peres Alberto disse que os professores responderam ao apelo dos bispos católicos porque admitem que os estudantes “estão a ser prejudicados” com a paralisação das aulas.
“Nós somos da sociedade angolana, somos cidadãos e esse apelo da igreja (católica) é fundamental e porque, também, reconhecemos que os estudantes não têm culpa”, disse Peres Alberto.
“Este é mais um exercício de boa-fé, do lado do sindicato, para que não digam que há um aproveitamento político e esperamos também o bom senso por parte das autoridades”, rematou o líder do Sinpes.
Um aumento salarial, melhores condições laborais, pagamento da dívida pública e eleições dos corpos directivos das instituições públicas do ensino superior constituem algumas das reivindicações dos professores universitários.
Um aumento salarial de 6% foi a proposta do Presidente João Lourenço aos professores que, no entanto, foi rejeitada em assembleia geral, onde estes aprovaram uma proposta salarial de 2,6 milhões de kwanzas para o professor catedrático e 1,5 milhões de kwanzas para o professor assistente estagiário.
O próximo ano académico 2022/2023 tem início previsto para Outubro. Altura em que os professores podem voltar à greve, mas já depois do período eleitoral.