Presidente da República, João Lourenço (DR)
O Presidente da República disse em Lisboa que Angola tem apostado no ordenamento das actividades do mar e na regulação e fiscalização dos recursos marinhos.
No futuro, espera “alargar os limites da zona económica exclusiva” e a “utilizar e proteger os recursos de zonas próximas da costa” que têm sido exploradas de forma abusiva por frotas estrangeiras não licenciadas.
Em vésperas das eleições gerais de 24 de Agosto, o Presidente João Lourenço, recandidato ao cargo, fez em Lisboa um discurso de preocupação no que tem a ver com as alterações climáticas e garantiu que Angola tem trabalhado para a redução da emissão de gases com efeitos de estufa, com a diminuição da queima de combustíveis fósseis para a produção de energia e com a produção de energia hidroeléctrica.
Falou, ainda em Lisboa, no sistema de painéis fotovoltaicos que entrarão na rede eléctrica em Junho, e adiantou que o país fará uma série aposta na produção de hidrogénio verde a partir de 2024, até mesmo para exportação. Sabemos, entretanto, que Angola conta com os Estados Unidos no caso no sistema fotovoltaico e com a Alemanha para a produção de hidrogénio verde.
O conflito na Europa, no caso a invasão da Ucrânia pelas forças armadas russas, também mereceu um comentário ao Presidente da República, que falou dos oceanos para essenciais para a mobilidade dos povos, assim como para as trocas comerciais e culturais, e que, como tal, o bloqueio dos portos ucranianos, que impedem a exportações de cereais, é criticável.
Para o Presidente João Lourenço a “prioridade” é um “cessar-fogo incondicional, seguido de negociações capazes de construir uma paz que seja verdadeiramente duradoira para o mundo”, e pediu isso mesmo à União Europeia e a outros estados para o fazerem.
“A esse respeito, importa que a União Europeia, as Nações Unidas e, de uma forma geral, toda a comunidade internacional, priorize e concentre os seus principais esforços na busca de um cessar-fogo imediato e incondicional, seguido de negociações com as partes consideradas importantes para se alcançar e construir uma paz que seja verdadeiramente duradoura para a Europa e o resto do mundo”, afirmou João Lourenço. Esta não é a primeira vez que João Lourenço apela a um cessar-fogo na Ucrânia.
O Chefe de Estado fez ainda uma referência ao que se passa no Golfo Pérsico, dizendo “num momento em que não se conseguiu ainda superar a tensão reinante no Sudeste Asiático, na península coreana nem no Golfo Pérsico, qualquer uma delas com potencial de evoluir para uma confrontação nuclear, o mundo já não suporta o eclodir e manutenção de um novo conflito em pleno coração da Europa pelas consequências que tem para a economia global, mas sobretudo para a paz e a segurança mundial”.