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Presidente da República exonera Governador do Kuando Kubango

Presidente da República exonera Governador do Kuando Kubango

Num outro decreto presidencial, o chefe do executivo angolano nomeou Guilherme Pereira para o cargo de vice-governador da província de Cabinda para os Serviços Técnicos e Infra-Estruturas.

A nota de imprensa da Casa Civil do Presidente justifica a exoneração com a “conveniência de serviço público”.

Importa referir que o Bureau Político do MPLA tinha impedido, no princípio do mês de Novembro, a candidatura única do governador Júlio Bessa, ao cargo de primeiro secretário do partido no poder na província do Kuando Kubango.

Embora ainda não se saibam as reais razões daquele impedimento, tão pouco os motivos reais por detrás desta exoneração, o certo mesmo é que a informação vinha expressa num comunicado do Comité Provincial do Kuando Kubango em cumprimento a uma orientação expressa do Bureau Político do MPLA datada de 03 de Novembro do ano em curso, que orientava aquela estrutura a suspender todas actividades preparatórias que visavam a realização da 13ª Conferência Provincial Ordinária do partido dos “camaradas”, agendadas para os dias 06 e 07 de Novembro, incluindo todas as movimentações e campanhas políticas em torno da candidatura ao cargo de primeiro secretário provincial do partido no poder.

Recentemente, o governador Júlio Bessa, viu o seu nome associado a uma tentativa de burla depois de ter sido acusado pelo Jornalista William Tonet de estar a fazer parte de uma fraude que visava desembolsar dos cofres do Estado mais de 623,3 milhões de dólares a favor de uma empresa até então “desconhecida” na província.

Em Setembro, a Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito para apurar a autenticidade da referida dívida reclamada pela empresa Angoskima ao governo do Kuando Kubango.

Na altura, a autenticidade da dívida, tinha sido questionada pela imprensa que atribuiu ao governador exonerado, Júlio Bessa, alegados desvios desses fundos em conluio com a empresa, que segundo o jornal Valor Económico foi “criada apenas em 03 de Julho de 1997”.

O governo do Kuando Kubango justificou, na altura, em comunicado, que por orientação do Ministério das Finanças, em 21 de Junho de 2021, o sócio-gerente da empresa Angoskimas Lda dirigiu-se à secretaria-geral daquele governo solicitando a emissão de uma declaração actualizada da dívida.

O comunicado referia que, no entender do responsável da empresa, a dívida, “que já havia sido validada no passado pelo Ministério das Finanças”, estava avaliada em 2,9 triliões de kwanzas, mas “após ter sido detectado um erro grave de cálculo, que empolava o montante”, a mesma foi reduzida para 439,5 mil milhões de kwanzas e validada por Júlio Bessa.

Entretanto, o Ministério das Finanças esclareceu, em nota, que “não tinha dado provimento à reclamação de dívida da empresa Angoskima Lda, uma vez que esta se encontrava fora do âmbito temporal de 2013 e 2017, definido pelo decreto executivo 507/18 de 20 de Novembro, que norteava a estratégia de regularização de dívida interna atrasada”.

O Ministério das Finanças assegurou também, naquela altura, que o processo seria remetido à Inspecção Geral da Administração do Estado, “atendendo às inconformidades identificadas”.

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