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Paul Kagame critica os Estados Unidos devido à sua pressão para libertar Rusesabagina e diz que o M23 não é um problema do Ruanda

Kagame, que está em Washington para uma cimeira EUA-África, questionou os Estados Unidos sobre o facto de Ruanda ter de libertar Rusesabagina, só porque ele é residente permanente nos Estados Unidos e consagrado como herói devido à sua actuação durante os eventos de 1994, e não libertar mais 20 pessoas que foram julgadas e condenadas no mesmo julgamento.

“Deixaremos claro: não haverá alguém, em lugar nenhum, que nos venham dizer o que dizemos fazer da nossa vida, não aceitamos isso”, disse Kagame num evento do site de notícias Semafor.

Os Estados Unidos determinaram em Maio que Rusesabagina havia sido “detido injustamente” e argumentando com a falta de garantias de julgamento justo durante o julgamento, tal como a Camunda News lhe deu conta.

Questionado se o papel que tem vindo a ter no assundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está a ajudar ou a prejudicar o caso de de Rusesabagina, Kagame respondeu: “Acho que pelo que estou a dizer, vocês podem tirar as vossas conclusões.

Rusesabagina, que foi homenageado em todo o mundo depois de ser retratado pelo actor Don Cheadle no filme de 2004 “Hotel Ruanda”, é um crítico vocal de Kagame.

Rusesabagina reconheceu ter um papel de liderança no Movimento Ruanda para a Mudança Democrática (MRCD), um grupo que se opõe ao governo de Kagame, mas negou responsabilidade pela violência perpetrada por seu braço armado, a Frente de Libertação Nacional (FLN).

Entre os vinte outros réus julgados com ele, que incluíam Callixte Nsabimana, popularmente conhecido como Sankara, porta-voz da FLN, que disse ao tribunal que Rusesabagina não era membro do braço armado, no entanto, os juízes consideraram que os dois grupos eram indissociáveis, referindo-se a eles como MRCD-FLN. Nsabimana foi condenado a 20 anos de prisão.

Sobre os problemas com o vizinho, a República Democrática do Congo, Paul Kagame disse que o M23 “não é um problema do Ruanda”.

O presidente ruandês disse que o Movimento 23 de Março (M23) não é problema de seu país, apesar de relatos sugerindo que Ruanda apoia o movimento.

“O que quero dizer, e claramente: este problema não foi criado por Ruanda, e não é um problema de Ruanda, é um problema do Congo”, disse Kagame, em Washington.

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