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O papa Francisco pediu, esta quarta-feira, para que as pessoas na República Democrática do Congo, com décadas de conflitos armados mataram milhões, concedam umas às outras uma “grande amnistia do coração” e pediu aos cristãos que se comprometam nesta batalha e não baixem os braços.
No primeiro dia da viagem, o terceiro à África subsaariana como papa, Francisco presidiu uma missa ao ar livre para uma multidão que as autoridades locais estimaram em mais de um milhão de pessoas num terreno adjacente ao aeroporto secundário da capital, Kinshasa.
Os congoleses deram ao Papa uma das mais vibrantes boas-vindas de todas as viagens de Francisco ao exterior. À chegada, na terça-feira, dezenas de milhares de pessoas fizeram questão de receber o sumo pontifício da Igreja Católica. O mesmo aconteceu hoje, dia 1 de Fevereiro, com centenas de milhares de pessoas a cantar e dançar de ambos os lados do papamóvel, antes de Francisco começar a missa numa grande plataforma transformada em altar.
Muitas mulheres usavam vestidos com a imagem do Papa estampada, como é costume em muitos países africanos para homenagear altos dignitários, enquanto as crianças subiam para um avião abandonado para ver melhor o líder da Igreja Católica, num dos países com mais católicos do Continente africano.
O povo deste país, começou por dizer o Papa em sua homilia, sofre de “feridas que doem, continuamente infectadas pelo ódio e pela violência, enquanto o remédio da justiça e o bálsamo da esperança parecem nunca chegar”.
O conflito armado deixou 5,7 milhões de deslocados e 26 milhões que enfrentam uma fome severa, de acordo com as Nações Unidas.
Francisco disse que Deus queria que as pessoas encontrassem “a coragem de conceder aos outros uma grande anistia do coração”.
“Que grande bem nos faz limpar nossos corações de raiva e remorso, de todo ressentimento e hostilidade!” disse o Papa em Kinshasa.