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Número de desaparecidos no México ultrapassa os 100 mil

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O registo nacional de pessoas desaparecidas do Ministério do Interior mexicano data de 1964 e é actualizado periodicamente. Nos últimos dois anos, a lista de desaparecidos passou de cerca de 73 mil pessoas para mais de 100 mil, a maioria homens.

Grupos de direitos humanos e famílias de desaparecidos dão o alarme e insistem com o governo para realizar com urgência buscas e investigações mais efectivas às vítimas do crime organizado.

“É incrível que os desaparecimentos ainda estejam a aumentar”, disse Virginia Garay, cujo filho desapareceu em 2018, no estado de Nayarit, na costa do Pacífico.

Garay agora trabalha com outras famílias, num grupo chamado Warriors Searching for Our Treasures, para tentar encontrar familiares desaparecidos, e este é um dos muitos grupos da sociedade civil que fazem este tipo de pesquisa, perante a ineficácia das autoridades mexicanas. .

“O governo não está a fazer o suficiente para os encontrar”, disse Virgínia Garay à Associated Press.

Os desaparecidos aumentam desde 2007, depois de o ex-presidente Felipe Calderón ter enviado o exército para as ruas para combater os narcotraficantes, desencadeando uma onda de violência que nunca foi contida e que o actual governo ainda enfrenta.

Um outro relatório, apresentado na semana passada, revelou que os casos de migrantes desaparecidos no México aumentaram quase quatro vezes em 2021 relativamente ao ano de 2020, ao mesmo tempo que o país luta para conter o fluxo de pessoas sem documentadas oriundas de países da América Central a caminho dos Estados Unidos.

O número de estrangeiros desaparecidos no México cresceu 292% – de 89 casos para 349 casos – adiantou o relatório apresentado pelo Programa de Busca de Migrantes Desaparecidos dos Jesuítas (SJM), uma organização de direitos humanos.

Centenas de milhares de migrantes atravessam o México todos os anos na esperança de chegar aos Estados Unidos, muitos ficam pelo caminho, vítimas de sequestros, assassinatos e outros crimes.

“Existem lugares onde os cartéis de drogas estão à espreita dos imigrantes para os atrair para suas fileiras”, disse Luis Macias, diretor da SJM no México. Muitos deles, tem vida curta naquilo que pensam que é uma nova vida.

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