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Morreu o general Kamorteiro, das FALA às FAA um militar que procurou respostas na História

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Morreu o general Abreu Muengo Ukwachitembo “Kamorteiro”, que conduziu, pela UNITA, as conversações de paz que levaram ao acordo de Luena, em Abril de 2002, na altura, nem todos acreditavam que a paz seria duradoira, como acabou por ser até aos dias de hoje.

O general “Kamorteiro”, como é conhecido, morreu vítima de doença no Hospital Militar Central, em Luanda, este domingo, dia 27 de Novembro.

O militar começou por integrar as FALA, o braço armando da UNITA antes e depois da independência nacional, assinou pela UNITA os acordos de Luena tendo do outro lado, e pelo MPLA, o general Armando da Cruz Neto, então chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), que Kamorteiro viria a integrar.

O acordo foi assinado logo após a morte, em Fevereiro, do fundador da UNITA, Jonas Savimbi, no Moxico.

As hostilidades cessaram e foi possível assinar o Memorando de Entendimento de Luena, justamente na província do Moxico, em Abril, que complementava o protocolo de Lusaca assinados em 1994, na altura, por Venâncio de Moura, o ministro das Relações Exteriores de Angola, e por Eugénio Manuvakola, secretário-geral da UNITA, e que consagra a desmobilização das FALA e a sua integração nas FAA.

Demorou quase mais uma década de conflito armado até que isso fosse possível.

Integrado nas FAA, o general Kamorteiro completou a sua licenciatura em História e fez ainda o mestrado na mesma área de estudo, talvez para melhor compreender os homens através da História, ele que de alguma forma teve o seu papel na História de Angola.

Nasceu no Bié, em 1959, e morreu em Luanda, em 2022. Desempenhava, actualmente, o cargo de Chefe do Estado-Maior General Adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Na sua página no Facebook, o secretário provincial da UNITA em Luanda, Nelito Ekuiki, escreveu: “Descanse em paz, general Kamorteiro. Neste momento de dor e luto, estamos todos de rastos com corações quebrados e lágrimas no rosto.”

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