Lula optou por se envolver diretamente com os líderes parlamentares, decidindo não delegar as conversas exclusivamente ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. De acordo com fontes próximas, o presidente já comunicou sua intenção de tornar esses encontros diretos uma prática regular, especialmente após as recentes derrotas.
A decisão de Lula de se envolver diretamente está relacionada com os reveses que o governo tem enfrentado nas votações no Congresso. Na última terça-feira (28), durante uma sessão conjunta do Congresso, o governo sofreu uma série de derrotas, incluindo a derrubada do veto presidencial à chamada “Lei da Saidinha”, que dificulta a concessão de saídas temporárias para presos como parte do processo de ressocialização e manutenção de vínculos fora do sistema prisional.
Outra derrota significativa foi a manutenção de um veto de Jair Bolsonaro (PL), que impede a punição de atos de “comunicação enganosa em massa”. Além disso, na Câmara dos Deputados, o governo teve que ceder e negociar a permissão de isenção de impostos para compras internacionais até US$ 50, conhecida popularmente como “taxa das blusinhas”.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, minimizou a derrubada do veto presidencial ao projeto que restringe as saídas temporárias de presos. “O povo brasileiro escolheu um Congresso que é mais conservador”, afirmou Randolfe, ressaltando que, apesar dos obstáculos, o governo “não tem do que se queixar” em relação ao apoio do Legislativo nas agendas econômica e social.