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Human Rights Watch denuncia despejos e demolições forçadas com centenas desalojados

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A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos revelou que as forças de segurança invadiram áreas da capital, no município de Viana, em 27 de Fevereiro, e demoliram “mais de 300 casas, deixando centenas de desalojados”.

“Os moradores disseram que aqueles que se recusaram a abandonar as casas ou se reuniram para se manifestar pacificamente contra as ações das forças de segurança foram espancados e presos. As autoridades locais alegaram que as casas tinham sido construídas ilegalmente”, descreveu a HRW em comunicado.

Os relatos foram confirmados também por dois jornalistas que tentavam cobrir os despejos forçados e que acusaram a polícia de ter espancado quatro homens que tentaram proteger as suas propriedades e de deter dezenas de pessoas.

“As autoridades angolanas devem interromper imediatamente todas as operações de despejo e demolição em Luanda que violem as normas legais internacionais”, defendeu Ashwanee Budoo-Scholtz, vice-directora para África da HRW.

Os jornalistas alegaram que a polícia e os soldados negaram o acesso dos meios de comunicação à área.

“Os funcionários responsáveis por despejos ilegais e uso excessivo da força contra os moradores precisam ser responsabilizados”, exigiu Ashwanee Budoo-Scholtz, defendendo ainda que os proprietários de casas demolidas devem ser compensados de imediato e realojados.

A ONG de defesa dos direitos humanos procurou obter explicações da polícia angolana, mas um porta-voz disse que não tinha conhecimento de qualquer operação de despejo e demolição em Viana.

O gabinete da Administração Municipal de Viana emitiu, no mesmo dia, um comunicado de imprensa confirmando a operação onde alega que os moradores construíram ilegalmente, e “contra os avisos das autoridades”, casas numa área reservada à construção de uma central eléctrica para a zona do Zango.

Os despejos forçados têm sido um problema persistente nas áreas urbanas de Luanda desde o fim da guerra civil em 2002.

“O Governo angolano precisa parar com a prática de longa data e ultrajante de despejos forçados”, sublinhou a vice-diretora para África da HRW, apelando para que “quaisquer futuras operações de despejo sejam planeadas e realizadas de forma legal e ordenada e que respeite os direitos das pessoas à habitação, aos meios de subsistência e à segurança”.

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