Entrevistas

Hora H, Clube K e A Denúncia chamados ao SIC

De acordo com uma notícia da DW (Deutsche Wella), representantes do Hora H, Club K e A Denúncia foram chamados a prestar esclarecimentos sobre reportagens emitidas, em dois casos, as matérias referem-se a casos de alegada usurpação de terras.

Lucas Pedro, do Club K, foi ouvido esta terça-feira (18.05). Em entrevista à DW África, disse que foi ouvido por causa de uma matéria que o órgão noticiou, pela primeira vez, em Janeiro. “Publicámos ainda no mês subsequente e, em março, publicámos o direito de resposta [sobre as] duas matérias”, afirma.

As matérias referiam-se a um empresário acusado de usurpar o espaço de um camponês para a construção de um shopping em Luanda. O empresário desmente as alegações.

Carlos Alberto, director do portal A Denúncia, também foi ouvido esta terça-feira pelo SIC. O processo foi movido por Luís Mouta Liz, vice-procurador da República de Angola. Em causa está uma matéria sobre uma suposta usurpação de terreno por parte do magistrado para a construção de um centro comercial. O caso foi denunciado em 2018 pelo portal Maka Angola, do jornalista Rafael Marques. O vice-Procurador nega as acusações.

No dia de hoje, 19 de Maio, será ouvido Escrivão José, director do jornal Hora H. Os motivos da convocação ainda não são conhecidos, mas o jornalista já foi ouvido no princípio deste mês no âmbito de uma queixa por difamação. O jornalista entende que estas notificações são sinais de que a imprensa está a ser atacada. Escrivão José já recebeu mais de 20 notificações relativas a casos relacionados com governantes angolanos, escreve a DW.

“Estamos serenos. Vamos continuar a trabalhar. O que nós temos estado a fazer é mesmo ouvir o contraditório para não andarmos em contramão. Infelizmente, em Angola, a liberdade de imprensa regrediu significativamente. É só vermos como o Executivo angolano asfixiou a imprensa pública e privada”, explica Escrivão José.

Lucas Pedro, do Club K, rejeita, porém, que o seu caso em particular se trate de intimidação. O jornalista diz que o empresário acusado exerceu apenas o seu direito de processar. “Tudo bem que calhou [de ser] num período em que jornalistas de vários órgãos foram notificados para responder, [mas] não acho isso uma intimidação”, afirmou à DW.

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