Um avião de guerra russo atingiu, esta terça-feira, um drone de vigilância dos Estados Unidos que sobrevoava o Mar Negro, atingindo a hélice do drone e forçando-o a descer em águas internacionais, de acordo com o Comando Europeu dos Estados Unidos, que considerou a conduta das forças russas de “insegura e pouco profissional”.
O incidente ocorreu por volta das 7h03, horário da Europa Central (o mesmo em Luanda), e envolveu dois caças russos Su-27 e um drone MQ-9 Reaper, disse o comunicado .
“Várias vezes antes da colisão, os Su-27 despejaram combustível e voaram na frente do MQ-9 de forma imprudente, ambientalmente criminosa e pouco profissional”, disse o comunicado, que acrescenta que “este incidente demonstra falta de competência” das forcas russas.
John F. Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse que o presidente Biden foi informado sobre o episódio. Kirby minimizou o incidente, dizendo que houve “intercepções” semelhantes por aeronaves russas nas últimas semanas. Mesmo assim, disse que esse episódio foi “notável por ser inseguro e pouco profissional”.
Não houve comentários imediatos do Ministério da Defesa da Rússia. Tass, a agência de notícias estatal russa, publicou uma reportagem sobre a colisão no site.
O general da Força Aérea dos EUA, James B. Hecker, comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa e nas Forças Aéreas da África, disse que a aeronave não tripulada estava em “operações de rotina no espaço aéreo internacional, quando foi interceptada e atingida por uma aeronave russa”. A colisão quase causou a queda de ambas as aeronaves, disse ainda James B. Hecker.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro aumentou as tensões entre Moscovo e Washington e transformou o Mar Negro, dominado pela Marinha Russa, em uma zona de batalha efectiva. Moscovo bloqueou os navios ucranianos dentro dos próprios portos, embora a Ucrânia tenha conseguido exportar cereais através do Mar Negro sob um acordo assinado em Julho passado entre os dois países em guerra, mediado pelas Nações Unidas.