Notícias

Depois de manifestar solidariedade aos jornalistas da TVZ

O órgão que tutela a comunicação social no país está a ser acusado de orientar-se pelo critério de dois pesos e duas medidas, depois de ter feito sair um comunicado neste sábado em solidariedade aos jornalistas da TV Zimbo que foram alvo de ameaças verbais e obstrução à sua actividade durante um acto de massas da UNITA.

Na nota, amplamente divulgada pela mídia pública, o Ministério das Telecomunicações, Informação e Comunicação Social (MINTTICS), não só condenou a acção protagonizada por militantes afectos ao partido do Galo Negro, como também solidarizou-se com os profissionais dos órgãos por si tutelado. E vai mais longe, pedindo à UNITA que lhe ajude a identificar os autores de tal acção, a fim de levá-los à justiça.

A notícia foi recebida com desagrado e vista como oportunista por alguns jornalistas, sobretudo ligados à imprensa privada, já que estes consideram que o órgão governamental tem agido com base em dualidade de critérios, um dos quais de natureza discriminatória.

Dizem que, em determinadas circunstâncias, o MINTTICS não reagiu em defesa dos profissionais dos órgãos privados quando estes, no exercício das suas actividades, mais concretamente na cobertura de actos políticos da Oposição ou da sociedade civil, foram agredidos por agentes policiais, detidos e os seus equipamentos de trabalho destruídos.

Na óptica de alguns jornalistas, o organismo de tutela da comunicação social tem tratado os jornalistas entre filhos e enteados pela forma diferenciada a que têm sido sujeitos.

Em boa verdade, não se tem memória do órgão dirigido por Manuel Homem ter feito pronunciamentos públicos a favor de jornalistas vítimas de tais excessos policiais.

José Gama, director do conhecido portal Club-K, descreve uma série de episódios negativos de profissionais do ramo que foram detidos em manifestações de protesto, sem que o MINTTICS tivesse movido uma palha que fosse.

O jornalista Mariano Braz, que tem à perna um processo judicial que lhe foi movido pelo PR, considera que os jornalistas da «privada» são «enteados» do órgão do Executivo.

Por sua vez, José Quiabolo, outro profissional do ramo, escreveu o seguinte num comentário no Facebook: «Na tomada de posse do novo Presidente da CNE fui brutalmente espancado por agentes da Polícia, mesmo estando identificado para fazer a referida reportagem.

Até hoje, o processo está em banho-maria, mas as cicatrizes estão no corpo como mancha».

Related Articles

Back to top button