Há um novo (velho) governo, há um novo (velho nas práticas) parlamento, há um novo (mas de gente mais velha e que já lá estava) Conselho da República, o órgão consultivo do Presidente da República, que não reuniu uma meia dúzia de vezes no primeiro mandato de João Lourenço.
Com a realização das Eleições Gerais de 24 de Agosto, com a eleição do Presidente e vice-Presidente da República, dos deputados eleitos para a Assembleia Nacional, novo Governo e novos governadores provinciais, temos agora um novo Conselho da República, com cargos cooptados por inerência de funções, como sejam: Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa, como vice-Presidente da República; Carolina Cerqueira, a presidente da Assembleia Nacional; Hélder Fernando Pitta Gróz, procurador-geral da República; Luísa Pedro Francisco Damião – vice-presidente do MPLA (sendo que o presidente do partido é o próprio Presidente da República); Adalberto Costa Júnior, presidente do partido UNITA; Nimi a Simbi, presidente do partido FNLA; Benedito Daniel, presidente do partido PRS; Florbela Catarina Malaquias, presidente do Partido PHA.
O Presidente João Lourenço fez as suas escolhas, algumas delas que já faziam parte do Conselho da República do mandato anterior, como por exemplo, o agricultor e empresário Alfeo Vinevala Sachiquepa, os líderes religiosos Deolinda Dorcas Teca, secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), o reverendo Luis Nguimbi, presidente do Fórum Cristão Angolano, e a líder da Igreja Teosófica Espírita, a profetisa Suzete João.
Ismael Mateus Sebastião, o ex-jornalista e articulista do Jornal de Angola, Jorge Alicerces Valentim, um nacionalista que já foi da UNITA e depois se aproximou do MPLA, o empresário José Carlos Manuel de Oliveira Cunha, a activista Suzana Mendes e a académica Rosa Cruz e Silva, são outras das personalidades que transitam de um Conselho da República para outro.
A antiga jornalista e agora comentadora da TPA, Paula Simmons, faz agora parte do Conselho da República, bem como o antigo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz.
Incluem ainda o conselho consultivo do Presidente João Lourenço, o intelectual e político Adriano Botelho de Vasconcelos, o rei dos Baiacas António Charles Muanauta Cabamba e o também empresário Manuel António Monteiro.
E não há espaço no Conselho da República para vozes mais críticas da governação lourencista. João Lourenço continua a jogar pelo seguro, a rodear-se de quem lhe diga o que, muito provavelmente, quer ouvir.