DR
Homens, mulheres e crianças regressaram à estrada Benguela-Lobito, em Angola, na semana passada, para recolha das sobras do grão da Reserva Estratégica Alimentar (REA), numa correria descrita por munícipes como sinónimo de prevalência da fome, escreve a DW África.
O arroz era o produto preferencial na zona do 27, arredores da cidade capital, onde se encontram os armazéns do grupo Carrinho Empreendimentos, gestor da reserva criada pelo Governo angolano mediante importações.
Imagens colocadas nas redes sociais mostram cidadãos a apanhar o arroz ainda na cidade portuária do Lobito, de onde os camiões transportam para os armazéns.
Na zona do 27, o grupo pedia para não ser filmado, temendo abordagens da Polícia Nacional por suspeita de assalto a camiões, como acontecia há alguns meses.Ninguém prestou declarações, mas moradores da região, que seguem estes acontecimentos na estrada nacional, não têm dúvidas.”É mesmo a fome, ninguém vem para brincar, as pessoas estão com fome”, salienta o munícipe João Muhongo, ao passo que a jovem Helene conclui que “as senhoras vão sempre estar aqui, por causa do arroz, milho e trigo, a fome continua”.