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As refinarias independentes da China estão a comprar, de forma discreta mas com grandes descontos, o petróleo russo uma vez que os países ocidentais estão, gradualmente, a suspender as compras de hidrocarbonetos russos.
Bruxelas avançou, esta semana, com mais um pacote de sanções à Rússia, é o sexto desde que o país invadiu o seu vizinho ucraniano, assinalando, mais uma vez, que os países da União Europeia querem cortar com a importação de fontes de energia vindas da Rússia, o que será feito até ao final deste ano.
Entretanto, na China, um funcionário de uma refinaria independente, com sede em Shandong, admitiu que a empresa não tem divulgado publicamente os acordos com os fornecedores de petróleo russo para evitar o escrutínio e eventuais sanções por parte dos Estados Unidos, escreve o Financial Times.
O funcionário acrescentou ainda que a refinaria assumiu parte da quota das empresas estatais de compra de petróleo russo no mercado de commodities, visíveis como empresas chinesas e por isso mesmo não tem comprado petróleo russo.
Os Estados Unidos e o Reino Unido proibiram a importação de petróleo russo e a União Europeia prossegue com o embargo gradual, introduzindo mais restrições. A partir do próximo dia 15 de Maio, os traders de commodities na Suíça não poderão vender os barris de petróleo da Rosneft – a principal empresa estatal russa de petróleo – a nenhum país do mundo, também por isso, as refinarias chinesas estão a encontrar rotas alternativas para chegarem ao petróleo russo e abastecerem as suas consideráveis necessidades energéticas.
Corretores e operadores de navios anunciaram que pelo menos seis super petroleiros – cada um capaz de transportar até dois milhões de barris de petróleo – fecharam acordos para consolidar cargas de petróleo russo dos Urais, na Europa, para enviar para a Ásia, principalmente para a China, mas também para a Índia. Alguns dos barris dos Urais podem ser de origem cazaque.
E entre os super petroleiros estão o Nissos Rhenia e Júlio César, de propriedade grega, o Searacer, Elandra Denali e Elandra Everest, gerenciada pela Vitol, o Baltic Sunrise, fretado pela Trafigura, e o Pertamina Prime, da Indonésia, que transportam o petróleo fazendo transferência de navio para navio na Europa.
O petróleo dos Urais é vendido à China com um desconto de 35 dólares por barril, relativamente ao preço do Brent nos mercados internacionais.
