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“Caiu que nem uma bomba” entre os estudantes a notícia do regresso à greve dos professores

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“Nós, o MEA, recebemos a notícia da greve como uma bomba e estamos indignados, revoltados, não aceitamos a retoma da greve, não aceitamos a postura do sindicato e também não aceitamos a postura do Governo”, afirmou, nesta segunda-feira, dia 9 de Maio, o presidente do MEA, Francisco Teixeira à agência Lusa.

“Entendemos nós que tem de haver sensibilidade, tem de se pensar Angola, pensar nação e pensar nação é resolver os problemas muito distantes das greves”, acrescentou Francisco Teixeira.

Os estudantes vão promover várias “acções de luta, protesto e indignação” contra o Governo e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes) angolano, disse, ainda, o dirigente do MEA, porque, entendem que o ano lectivo não pode ser anulado e “os pobres não podem pagar por irresponsabilidade dos adultos e nós vamos encontrar formas de solução, estamos tristes, insatisfeitos”.

“É o sonho de futuro de milhares de jovens em jogo e entendemos que há de se fazer alguma coisa”, desabafou Francisco Teixeira.

Professores universitários angolanos retomaram hoje a greve, por “tempo indeterminado”, que tinha sido suspensa há um mês.

Segundo o secretário-geral do Sinpes, Eduardo Peres Alberto, a greve interpolada em 05 de Abril para 30 dias, é retomada nesta segunda-feira, por falta de vontade política das autoridades.

Aumento salarial, melhores condições laborais, pagamento da dívida pública e eleições dos corpos directivos das instituições públicas do ensino superior constituem algumas das reivindicações dos professores universitários angolanos.

Um aumento salarial de 6% foi a proposta do Presidente angolano, João Lourenço, aos professores que, no entanto, foi rejeitada em assembleia geral, onde estes aprovaram uma proposta de 2,6 milhões de kwanzas (5,2 mil euros) para o professor catedrático e 1,5 milhões de kwanzas (3 mil euros) para o professor assistente estagiário.

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) anunciou, em Abril, após a suspensão da greve, que os estudantes perderam 14 semanas lectivas, em consequência da paralisação dos professores, e esperava que as divergências com os docentes fossem dirimidas.

Hoje, o MEA, que já promoveu duas manifestações em Fevereiro passado pelo retorno às aulas, assegurou que vai reunir estudantes de várias instituições para “traçar linhas de força para invertermos” o actual quadro que se vive no ensino superior público em Angola.

“Vamos também marcar encontros com o Sinpes e o MESCTI para apurar realmente o que se passa e apresentar sugestões e caminhos para a resolução do problema”, disse Francisco Teixeira.

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