Economia

Banco Mundial prevê que Angola e a Nigéria vão ter uma recuperação económica muito lenta em 2021

Mais uma vez, os países menos dependentes da exportação de matérias-primas deverão registar uma melhor recuperação, como a Costa do Marfim (+ 6,2%), a Guiné (+ 6,6%) e o Níger (+ 6,9%). Em contrapartida, os países que são altamente dependentes do petróleo, como Angola, ou que enfrentam dificuldades económicas, como a África do Sul, terão uma recuperação bem mais lenta.

“Prevê-se que a recuperação da África Subsaariana seja variável entre países”, pode ler-se no relatório do Banco Mundial, que prossegue: “Países não intensivos em termos de recursos, como a Costa do Marfim e o Quénia, e economias dependentes das atividades mineiras, como o Botswana e a Guiné, deverão apresentar um crescimento robusto em 2021, impulsionado por uma recuperação do consumo privado e do investimento à medida que a confiança se reforça e as exportações aumentam”.

Por outro lado, “na sub-região da África Oriental e Austral, a contração do crescimento para 2020 está estimada em -3,0%, impulsionada principalmente pela África do Sul e Angola, as maiores economias da sub-região. Excluindo Angola e a África do Sul, a atividade económica na sub-região deverá registar uma expansão de 2,6% em 2021, e de 4,0% em 2022”, pode ler-se no Africa”s Pulse.

“O crescimento na sub-região da África Ocidental e Central teve uma contração de 1,1% em 2020, inferior à projectada em Outubro de 2020, em parte devido a uma menor contração na Nigéria, a maior economia da sub-região, no segundo semestre do ano. O produto interno bruto real na sub-região da África Ocidental e Central deverá crescer 2,1% em 2021 e 3,0% em 2022”, diz, ainda, o relatório do Banco Mundial.

O Africa’s Pulse recomenda políticas complementadas por reformas que “fomentem o crescimento da produtividade inclusiva e a da competitividade do país”.

“A redução do peso da dívida dos países libertará recursos para o investimento público, em áreas como a educação, saúde, e as infraestruturas”, e que os “investimentos em capital humano ajudarão a reduzir o risco de danos duradouros decorrentes da pandemia, que podem tornar-se visíveis a longo prazo, e podem aumentar a competitividade e a produtividade”, para além disso: “Os próximos doze meses serão um período crítico para alavancar a Área de Livre Comércio Continental Africano, a fim de aprofundar a integração dos países africanos nas cadeias de valor regionais e globais”.

Por último, o relatório “observa igualmente que as reformas que abordam as lacunas das infraestruturas digitais e tornam a economia digital mais inclusiva – assegurando a acessibilidade dos preços, mas também a construção de competências para todos os segmentos da sociedade – são essenciais para melhorar a conetividade, impulsionar a adoção da tecnologia digital e gerar mais e melhores empregos para homens e mulheres”.

De acordo com o relatório, a primeira vaga de covid-19 não afectou muito a região. A África Subsaariana saiu-se melhor do que a Europa e a América Latina.

No entanto, Ruanda experimentou sua primeira recessão em 10 anos e a África do Sul caiu para -7%. A Organização Mundial do Turismo (OMT) calcula que de Dezembro de 2019 a Dezembro de 2020, o turismo na África Subsariana caiu 78%, prejudicando as economias das Maurícias, Seychelles, Cabo Verde e Senegal.

O relatório diz, no entanto, que o pior já passou e espera-se uma recuperação, mas que será muito desigual entre os países, uma vez que a chegada de novas variantes do covid-19 aumentou em 40% o número de infecções na região.

Por estes dias discute-se o alívio do peso da dívida destes países nas reuniões da Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Mas o dinamismo económico da África Subsaariana passa muito pela velocidade com que as pessoas forem vacinadas, a única forma de compensar os frágeis sistemas de saúde dos países da região.

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