Huambo – As obras de requalificação do Museu Regional do Huambo, que tinham sido paralisadas no quadro do Estado Emergência em vigor desde o dia 27 de Março, no âmbito das medidas de prevenção da Covid-19, foram retomadas na última semana e decorrem a bom ritmo.,
Trata-se da primeira fase da empreitada, orçada em 21 milhões de kwanzas, consistindo na melhoria da estrutura arquitectónica do imóvel, tendo em conta a sua modernização e garantia de condições para o seu pleno funcionamento, enquanto instituição que representa e conserva os valores culturais e sociais da população Ovimbundu.
Em declarações à ANGOP, o director do Gabinete local da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Jeremias Piedade dos Anjos Nambongue Chissanga, referiu que as obras decorrem sem qualquer constrangimento.
Avançou que, em termos de prazo, a previsão era, antes do Estado de Emergência, reabrir o imóvel por ocasião das comemorações do Dia Internacional dos Museus (18 de Maio), uma pretensão condicionada com o interregno verificado na empreitada, devendo a reinauguração ocorrer oportunamente.
Jeremias Piedade Chissanga referiu que a instituição que dirige tem estado a consertar com o empreiteiro sobre a necessidade da conclusão, o mais rápido possível, da primeira fase da reabilitação, que engloba a reposição do tecto desabado, apetrechamento dos compartimentos e a construção do novo muro de vedação.
Após esta fase, explicou o responsável, deverão ser construídos, no local, dois espaços externos apropriados para a exposição e comercialização de artefactos produzidos pelos artistas desta província, que, por sua vez, têm usado inadequadamente o jardim da cultura.
Paralelamente a estas acções, o responsável fez saber está a decorrer uma campanha de recolha de peças com valores culturais extraviadas durante o conflito armado e que ainda se encontram na posse dos cidadãos e outras de autoria dos artesões, com o objectivo de apetrechar o acervo museológico da instituição.
Segundo o Jeremias Piedade Chissanga, o sucesso desta campanha, iniciada nos finais do conflito armado no país (2002), tem sido condicionada com a falta de recursos financeiros para recompensar, em contrapartida dos cidadãos que durante muito tempo conservaram estes objectos e assim como os que se dedicam, de forma incansável, à sua produção.
Tal situação, realçou, agrava-se nesta fase da crise epidemiológica da Covid-19, numa altura em que a instituição ficou privada dos recursos que têm sido canalizados para a rubrica das Despesas de Apoio ao Desenvolvimento (DAD), devido a concentração de meios no combate à pandemia.
No entanto, apesar desta dificuldade, tranquilizou que o processo está a ser bem encaminhado com a identificação de todas as peças necessárias, assim como os contractos com os seus possuidores e autores.
O Museu do Huambo possui, projectado em 1946, foi inaugurado a 11 de Agosto de 1957, actualmente, 996 objectos de esculturas diversas, desde a caça, pesca, fundição de ferro que representam os usos e costumes da região e mil e 413 fotografias, que retratam a arquitectura civil, militar, religiosas e funerária, desde a fundação da cidade do Huambo em 1912 até 1974.
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Fonte: https://www.angop.ao