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Aumentou o discurso de ódio no Twitter desde Elon Musk se tornou dono da rede social

Antes de Elon Musk comprar o Twitter, em média, surgiam na rede social cerca de 1.200 calúnias ou insultos contra os negros norte-americanos, depois de o multimilionário se ter tornado dono da plataforma esse número é agora, em média, de cerca de 3.800 calúnias ou insultos por dia.

No que tem a ver com os homens ‘gay’ os insultos passaram de 2.500 por media, em média, para quase 4 mil insultos todos os dias.

No que tem a ver com posts anti-semitas – que se referem de forma pejorativa aos judeus ou ao judaísmo – regista-se um aumento de 61% desde que Musk tomou conta da rede social com a promessa de uma nova visão no que tem a ver com a liberdade de expressão.

Essas descobertas – do Center for Countering Digital Hate, da Anti-Defamation League e de outros grupos que estudam plataformas online – fornecem uma imagem mais abrangente do que mudou no Twitter até ao momento, depois de Musk ter concluído um negócio de 44 mil milhões de dólares em finais de Outubro deste ano, há pouco mais de um mês, portanto.

Ainda que os números não sejam particularmente elevados, o que deixou os pesquisadores inquietos foi o aumento rápido deste tipo de discurso de ódio, um dique que se abre e que dificilmente se pára.

A mudança no discurso é apenas a ponta de um conjunto de mudanças no serviço sob o comando de Musk. As contas que o Twitter costumava remover regularmente – como aquelas que se identificam como parte do Estado Islâmico, que foram banidas depois do governo dos Estados Unidos ter classificado o ISIS como um grupo terrorista – voltaram em força.

As contas associadas ao QAnon, uma vasta teoria da conspiração de extrema-direita, pagam e receberam status verificado no Twitter, ou seja, tem as portas abertas para dizerem tudo e mais alguma coisa de uma forma legitimada pela própria rede social.

EsTas mudanças são alarmantes, dizem os investigadores, acrescentando que nunca viram um aumento tão acentuado no discurso de ódio, conteúdo problemático e contas anteriormente banidas a regressarem à plataforma num tão curto espaço de tempo.

“Elon Musk enviou o sinal para todo tipo de racista, misógino e homofóbico de que o Twitter estava aberto para os negócios”, disse Imran Ahmed, director-executivo do Center for Countering Digital Hate, que acrescentou “e eles reagiram de acordo”.

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