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Adesão da Finlândia e Suécia à NATO, Erdogan diz não, Putin talvez

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Vladimir Putin sinalizou que a Rússia vai tolerar a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, mas alertou que o Kremlin responderá se a aliança de defesa do Atlântico Norte instalar bases ou equipamentos militares em qualquer um destes países.

O presidente russo admitiu, esta segunda-feira, que a proposta de ampliação da NATO “não representa uma ameaça directa para a Rússia”, acrescentando que não tem “problemas” com a Finlândia ou com a Suécia. Isto no dia em que a Suécia também apresentou, formalmente, o seu pedido de adesão à NATO.

Os comentários de Putin levaram os observadores a concluir que o Kremlin poderá aceitar os vizinhos finlandeses e suecos na NATO, desde que a aliança militar ocidental não enviasse armas ou tropas para os dois países – como fez nos estados bálticos e na Europa Oriental no período que antecedeu a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A Suécia tem vindo a dizer reiteradamente que não quer bases militares da NATO e menos ainda mísseis nucleares no seu território. Acredita-se que a Finlândia provavelmente não queira.

A Turquia é que continua a ser a pedra no sapato para as candidaturas das nações nórdicas, com o presidente Recep Tayyip Erdo?an a dizer, e mais uma vez, na noite desta segunda-feira que não as aceitaria.

As declarações de Erdo?an levaram o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, a ligar para o ministro das Relações Exteriores da Turquia para o convencer de que “devemos estar juntos neste momento histórico”.

A expansão da NATO reflecte até que ponto a invasão da Ucrânia pela Rússia transformou o mapa geopolítico da Europa. É um revés significativo para Putin, que justificou a invasão dizendo que queria impedir que a aliança atlântica se expandisse ainda mais para o Leste.

Em vez disso, o alargamento duplicará a fronteira da NATO com a Rússia e, no caso da Suécia, rompe com dois séculos de neutralidade.

A Suécia e a Finlândia vão enviar as suas candidaturas para a adesão à NATO ainda esta semana.

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, anunciou formalmente a candidatura de seu país ao lado do líder da oposição de centro-direita, Ulf Kristersson, um sinal de unidade antes das eleições legislativas em Setembro.

Entretanto, Magdalena Andersson reconheceu que a Suécia estará “numa posição vulnerável” nesta fase, em que fez o pedido mas em que ainda não é membro efectivo da NATO – um processo que pode levar entre quatro a 12 meses – e está fora de qualquer intervenção ao abrigo do artigo 5.º, o que permite à NATO agir em caso de invasão de um dos seus Estados membros. Sendo que os analistas concordaram que a Rússia não está, nesta fase, capaz de invadir a Finlândia – o que fez em 1939 e não correu assim muito bem – e ainda menos a Suécia. Ainda assim, a Suécia diz-se preocupada com eventuais ciber-ataques ou ataques híbridos.

O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, já adiantaram que iriam em auxílio da Finlândia ou da Suécia se fossem atacados e não estivessem ainda ao abrigo do artigo 5.º da NATO. O mesmo já disse o Reino Unido.

Jacob Wallenberg, uma das figuras empresariais mais proeminentes do país, tornou pública a sua posição de apoio do país no seu pedido de adesão à NATO, que considera muito “positiva”, ainda para mais feita em conjunto com a Finlândia.

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