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“As autarquias devem ser realizadas e devem ser realizadas em 2023. Não é uma promessa minha, não! Nós fizemos essa promessa e alguém nos seguiu e nós não combinamos para que fossemos seguidos nesse tipo de promessas e temos aquelas promessas que não são só nossas, são também de quem hoje está sentado na cadeira da governação”, disse o presidente da UNITA.
O posicionamento de Adalberto Costa Júnior foi expresso na abertura da II reunião ordinária da Comissão Política da UNITA, que decorre em Viana entre hoje e amanhã.
O líder do Galo Negro referia-se ao Presidente João Lourenço, que, e enquanto candidato pelo partido do poder, o MPLA, durante a campanha para as eleições gerais de Agosto deste ano, comprometeu-se a realizar as primeiras eleições autárquicas no seu segundo mandato.
UNITA não vai se cansar de trabalhar para a realização das autarquias, apesar de o Governo estar “a deixar uma mensagem de que não têm pressa”, disse Adalberto Costa Júnior.
“As autarquias não são uma questão de pressa, são uma questão de necessidade, necessidade capital. Nós não temos condições de arrumarmos devidamente o país que temos, de correspondermos à esperança de empregabilidade, de desenvolvimento, de segurança, de educação, de energia, de boa estrada, se não tivermos os municípios com legitimidade do cidadão, eleitos os seus dirigentes”, disse.
Adalberto Costa Júnior lembrou que o poder autárquico é um governo autónomo e complementar, “que assusta os regimes ditatoriais, que não respeitam a democracia”. O político salientou que as autarquias devem ser implementadas em simultâneo em todo o país, assunto que é fracturante na aprovação do pacote legislativo autárquico.
“Porque já estamos a perceber que o formato e o caminho que nos querem trazer em novas partilhas administrativas e outras que tais, são em parte o contorno da realização das autarquias locais em simultâneo em todos os municípios do nosso país”, considerou Costa Júnior.
“Deixemos de ter a criatividade, porque não é positivo ter criatividade para negar direitos de cidadania, ter a criatividade para fazer aquilo que fez Moçambique, que tem o poder local há quase 30 anos e não tem autarquias locais na sua funcionalidade efectiva e plena e nem em todo o país”, disse ainda, para prosseguir: “sigam Cabo Verde, a onde o Governo tem enviado tantas delegações”.
“É o contexto africano e é um modelo de democracia que deve ser seguido, que teve a coragem em dificuldades e em pobreza de realizá-las em simultâneo em todo o país e ambiente democrático e estão lá os resultados. Os níveis de desenvolvimento adquirido, de dignidade adquirida, de escolaridade consentida e de respeito que tem hoje de todo o mundo”, argumentou Adalberto Costa Júnior.