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Starbucks ajudará trabalhadoras que queiram fazer a interrupção voluntária da gravidez

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A decisão da Starbucks, no que é acompanhada por outras empresas norte-americanas, está relacionada com uma fuga de informação de que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, de actual maioria conservadora, poderia revogar uma histórica decisão Roe v. Wade, de 1973, que permite a interrupção o aborto em diversas circunstâncias em todos os estados.

Faz tempo que os estados mais conservadores dos Estados Unidos tentam contrariar não só a Roe v. Wade como também a Planned Parenthood v. Casey, de 1992, que mantém plenamente esses direitos. O estado do Texas conseguiu, em 2021, uma lei que proíbe o aborto a partir das seis semanas, mas que pode vir a agravar mais a medida para a proibição total.

Agora, um juiz conservador do Supremo Tribunal – juízes de nomeação presidencial com cargos vitalícios, mas que passam por um escrutínio severo no Capitólio – Samuel Alito terá apresentado um parecer em que considera que “Roe e Casey devem ser anulados”, abrindo o debate à revogação do precedente.

A Starbucks, uma empresa com 240 mil funcionários nos Estados Unidos, sendo que nem todos estão inscritos em planos de saúde, antecipando-se a qualquer decisão do Supremo veio dizer que adoptará um pacote de medidas para ajudar os seus trabalhadores caso o direito ao aborto seja revogado.

“Independentemente do que o Supremo Tribunal decidir, garantiremos sempre que os nossos funcionários tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade”, disse Sara Kelly, vice-presidente da Starbucks em carta para os funcionários.

Amazon, Tesla, Levi Strass&Co, Yelp e Citigroup são outras das empresas que anunciaram medidas semelhantes.

A Starbucks é uma empresa multinacional americana, que detém a maior cadeia de cafés e chás do mundo, com sede em Seattle. O seu nome é inspirado numa personagem de Moby Dick, escrito por Herman Melville. Fundada há 51 anos, a Starbucks conta com mais de 20 mil lojas em todo o mundo.

Entretanto, o Papa Francisco e perante as vicissitudes do mundo religioso mais apoio para as famílias que desejam ter filhos, numa mensagem divulgada no passado dia 12 de Maio, em que realçou a quebra de natalidade como uma “nova pobreza”

“Esta é uma nova pobreza que me assusta. É a pobreza gerativa de quem desconta no seu coração o desejo de felicidade, de quem se resigna em diluir as maiores aspirações, de quem se contenta com pouco e deixa de sonhar alto”, palavras do Papa numa intervenção perante os participantes de um evento organizado, em Roma, pela Fundação para a Natalidade e promovido pelo Fórum das Famílias.

“Sim, uma pobreza trágica, porque atinge os seres humanos em sua maior riqueza, colocar no mundo vidas para cuidar, transmitir aos outros com amor a existência recebida”, acrescentou o Papa.

Papa Francisco, considerando que o baixo índice de natalidade representa uma “emergência social”, que compromete o futuro de todos.

Nos Estados Unidos, se a Roe v. Wade for revogada pelo Supremo, o país pode voltar ao que acontecia até 1973, em que 30 dos 50 estados eram livres de proibir ou autorizar a possibilidade de a mulher recorrer à interrupção da gravidez medicamente assistida.

E nesse caso, espera-se que metade dos estados, os mais conservadores, especialmente no sul e no centro, Texas, Arizona, Missouri, Geórgia, Ohio, Indiana ou Wisconsin, venham a proibir o aborto.

A decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, de maioria conservadora, está prevista para o próximo mês de Junho, com possíveis repercussões na campanha eleitoral das eleições intercalares, previstas para Novembro.

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