Entrevistas

Só 4% dos angolanos é que não são pobres

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A população angolana que vive em pobreza extrema é de 44%, muitos mais vivem numa pobreza moderada ou uma pobreza atenuada. Só 4% dos angolanos é que vivem sem pobreza.

De uma maneira geral, os angolanos experimentam um agravamento das suas condições de vida em 2021, revelam os dados do mais recente inquérito do Afrobarometer.

A maioria dos angolanos experimentou dificuldades na satisfação das suas necessidades básicas no ano passado, quando o nível de pobreza se degradou comparativamente a 2019, revela a pesquisa do Afrobarometer.

Quase metade dos cidadãos angolanos experimentou uma situação de pobreza extrema, tendo ficado frequentemente sem comida suficiente, água potável, assistência médica, combustível para cozinhar e um sem qualquer tipo de rendimento financeiro.

Faltando menos de quatro meses para o fim do primeiro mandato do Presidente João Lourenço, os resultados do inquérito não contrariam as alegações de que Angola está a enfrentar uma das suas piores crises sociais e económicas em tempo de paz.

Cerca de oito em cada 10 angolanos sofreram escassez de alimentos e dificuldades na satisfação das necessidades básicas, pelo menos uma vez, durante o ano passado, incluindo cerca de quatro em cada 10 que “muitas vezes” ou “sempre” ficaram sem assistência médica (41%), água potável suficiente (40%) e rendimento financeiro (44%).

Com base na média das privações relatadas, 44% dos angolanos experimentaram uma situação de “pobreza extrema” no ano passado, um aumento de 9 pontos percentuais em relação a 2019 (35%). A parcela com “fraca” ou “sem pobreza” diminuiu de 31% para 21% no mesmo período.

A pobreza extrema foi quase duas vezes mais comum nas áreas rurais (63%) do que nas cidades (34%).

As mulheres (47%) são mais propensas do que os homens (40%) a relatar carências que equivalem a situação de pobreza extrema.

Especificamente, os residentes rurais relativamente aos urbanos a experimentam mais “frequentemente” escassez de alimentos (45% vs. 23%) e a ficar sem rendimento financeiro “muitas vezes” ou “sempre” (60% vs. 36%.

Afrobarometer

Afrobarometer é uma rede de pesquisa pan-africana e apartidária, que fornece dados confiáveis sobre experiências africanas e avaliações de democracia, governança e qualidade de vida. Oito rondas de pesquisas foram concluídas em 39 países desde 1999. As pesquisas da Ronda 9 (2021/2022) estão em andamento. O Afrobarometer realiza entrevistas face-a-face na língua da escolha do entrevistado, com uma amostra nacional representativa.

A equipa do Afrobarometer em Angola, liderada pela Ovilongwa – Estudos de Opinião Pública, entrevistou 1.200 angolanos adultos, entre 9 de Fevereiro e 8 de Março de 2022. Uma amostra deste tamanho produz resultados nacionais com uma margem de erro de +/- 3 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. A pesquisa anterior em Angola foi realizada em 2019.

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