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Liderança do MPLA será disputado pela primeira vez no próximo congresso

Liderança do MPLA será disputado pela primeira vez no próximo congresso

A disputada da liderança do partido governante desde 1975, data da independência será disputado entre o chefe de estado, João Lourenço que lidera o partido desde a sua eleição à presidente da República e o Engenheiro António Venâncio, que apresentou a sua candidatura oficial nessa quarta-feira, 13 de Outubro.

Em um comunicado publicado nas suas redes sociais, um dos engenheiros mais abalizados do mercado de construção civil do país, António Venâncio diz que formalizou a sua candidatura junto da Direcção do MPLA a sua pretensão em candidatar-se ao cargo de Presidente do partido.

“Aos angolanos no país e no estrangeiro! Comunico-vos, que acabei de formalizar, hoje, junto da Direcção do meu partido, a minha pretensão em candidatar-me ao cargo de Presidente do MPLA. “. Disse ele

“Estou disponível para prestar nos próximos dias toda a colaboração aos órgãos do partido, no sentido da conclusão do processo da candidatura em tempo útil.” Acrescentou

No comunicado, António Venâncio diz ainda que “o reforço da democracia interna prestigiará imenso o processo democrático angolano, visando o seu fortalecimento, o aceleramento das acções do desenvolvimento do país e a realização do homem angolano”.

O concorrente de João Lourenço, é Licenciado em Engenharia Civil pelo ISCEK, na ex-União Soviética. É mestre em Ciências Técnicas pelo Instituto Superior de Engenharia de Kharkov desde 1988. Trabalhou na Empresa de Obras Especiais (EMPROE). Antes fora nomeado por despacho Ministerial director-geral da empresa de projectos de Angola ENEP UEE até finais dos anos 90.

Após a publicação do seu comunicado, alguns cidadãos reagiram felicitando-o pela coragem de candidatar-se à um cargo cujo opositor é o presidente da República, encorajando-o a seguir em frente com a candidatura.

Porém, a candidatura de António Venâncio não é bem vista por todos. Para muitos cidadãos, a pretensão do mesmo para liderar o MPLA não passa de uma “manobra, manipulação e distracção” do povo para o que realmente interessa.

“Na minha opinião é distracção. Estão a procura de alguém que não tem “rabo” preso para fazer marketing e conquistar novamente a confiança do povo com candidaturas de mentiras com contradições simuladas; e depois daí continua novamente o teatro.

Por mim não interessa o que fizerem… MPLA fora!!!”. Disse um cidadão em reacção do comunicado

Outros ainda, reagiram mostrando a sua total falta de confiança e esperança no partido que governa o país há quase 46 anos, desde a proclamação da independência.

“Tudo fachada se não permitem adversários políticos todos que pensam fora da caixa são “abatidos” quanto mais para ser presidente está fora de questão”. Reagiu uma cidadã

“Tática da distração. Atenção a jogada. Se João Lourenço voltar a ganhar as eleições no seu partido, ficará claro que tudo isso não passou de manobras de distração política. Querem continuar a confundir a opinião pública???”. Questionou outro.

Dentre essas e outras reacções, o fundador da empresa CITIC que alberga engenheiros associados, cujo objecto é a elaboração de projectos e fiscalização de obras, segue com convicção a sua candidatura.

Em entrevista cedida recentemente à LAC, António Venâncio considerou estar mais do que na hora do MPLA, partido o qual integra, de entregar o poder ao povo e defendeu a implementação das autarquias no país.

“É hora do MPLA dar poder ao povo.” Declarou

“Precisamos dizer aos cidadãos que o nosso objectivo é criar as condições de vida, aumentar a qualidade vida”, acrescentou, avançando a possibilidade de concorrer no “seu” Rangel.

António Venâncio, é natural de Luanda, do distrito urbano do Rangel. É autor do “Introdução à Teoria da Fiscalização de Empreitadas de Obras Públicas”. Passou pelo sector empresarial público, pelo Ministério da Construção e foi colunista do finado Semanário Angolense.

O Engenheiro defende que a construção de habitação social deve ser feita em altura, por uma questão de racionalidade económica. É um modelo de intervenção do Estado no sector da habitação que não aprecia. Apesar da proximidade com o MPLA, não deixa de dar a sua opinião sobre os temas mais quentes. “Julgo ter sido uma das maiores lições que o meu pai me ensinou: pensar pela própria cabeça”.

Com a sua candidatura oficial, torna-se assim no primeiro candidato assumido para disputar a liderança do maior partido do país contra o presidente da República.

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