Refugiados Ruandeses denunciam lista de cidadãos marcados para morrer
O grito de alerta ganhou mais vigor no final da tarde da segunda-feira, 13 de Setembro, na sequência do assassinato de um empresário que desempenhava o cargo de vice-presidente da Associação dos Refugiados Ruandeses em Moçambique, que, segundo a agremiação, liderava a lista de alvos marcados para morrer.
Segundo denuncia um enfermeiro ruandês, refugiado em Moçambique desde 1994, há uma lista de quatro pessoas procuradas pelo regime do presidente Paul Kagame, da qual o nome do empresário assassinado era o primeiro da lista e esta morte não é coincidência.
O médico revela que da referida lista ele é o segundo das pessoas marcadas para morrer e não tem dúvidas que se trata de perseguição política do regime de Kigali, que entrou em Moçambique, por via da cooperação para combater o terrorismo em Cabo Delgado.
“É uma perseguição política que conseguiu entrar aqui com a justificação de ajudar a combater o terrorismo e aproveitar para perseguir todos os refugiados ruandeses”, salienta o médico Munhamezi.
Monacoh Alphonso, outro cidadão ruandês que diz constar da referida lista, receia pela vida e lamenta que, a qualquer momento, possa ter um final trágico.
Diz não perceber as razões da perseguição de que são alvos, porque o único problema que vê é o de ter fugido do país por não concordar com o regime.
Dados da Associação dos Refugiados Ruandeses em Moçambique indicam que pelo menos cinco concidadãos foram selectivamente assassinados nos últimos quatro anos, por esquadrões da morte, que acreditam estar a mando do Governo do seu país.
Em Maio, o jornalista Ntamuhanga Cassien? foi sequestrado por oito homens, um deles falando a líndua do Ruanda, e foi levado à esquadra da Ilha de Manhica, tendo depois desaparecido, sem que até agora o Governo de Moçambique tenha dado qualquer informação.