Sonangol lança concurso para fornecimento de combustíveis ao país
Em nota de imprensa, a petrolífera estatal faz saber que já pré-qualificou 27 empresas entre 34 avaliadas para o concurso internacional, limitado por convite, para a importação de combustíveis.
Este concurso resultará na selecção das empresas para a celebração dos contratos de fornecimento de gasolina e gasóleo, em substituição da Total e Trafigura, cujos contratos terminam a 30 de Junho deste ano.
Apesar de Angola ser um país produtor de petróleo, o sector de refinação conta apenas com uma refinaria, com a capacidade de refinar 65 mil barris de petróleo por dia, que garantem a cobertura de apenas 20% do consumo de derivados de petróleo no país, o que significa que o restante é importado. E para inverter a presente realidade, o Governo está empenhado na construção de três novas refinarias, nomeadamente em Cabinda, Soyo e Lobito.
Importa referir que a companhia Trafigura, associada ao general Leopoldino do Nascimento, já fornecia gasóleo a Angola muito antes de João Lourenço ter tomado posse como presidente de Angola.
Entretanto, após a entrada em funções do novo governo que resultou das eleições de 2017, a Trafigura foi afastada do mercado petrolífero angolano, precisamente em Março de 2018.
Em sua substituição, como resultado de um concurso, foi colocada a Glencore Energy, com sede no Reino Unido. Na altura, a Sonangol informou que com a nova contratação, o país beneficiaria de uma redução considerável nos montantes a despender com a importação de produtos refinados.
Chegados em 2019, o país passou a registar imensas falhas de combustíveis. A crise no fornecimento de combustível foi tanta que o então PCA da Sonangol, Carlos Saturino, teve de ser exonerado.
Não houve uma informação oficial sobre as razões da crise no fornecimento de combustíveis, mas vaticina-se que a então substituta da Trafigura recusava-se a fornecer o produto por conta de uma dívida considerável do Estado angolano.
Tão logo terminou o contrato com a referida empresa, a Trafigura voltou a assumir o lugar. Ao que se sabe, quando a Trafigura tinha sido afastada do mercado, o Governo angolano devia à empresa cerca de 122,9 milhões de dólares.