Afonso Nunes, um bispo que se tem destacado pelo seu bajulismo aos círculos do poder político, pode ter sofrido um duro revés no seu percurso religioso, depois de o Tribunal Supremo ter proibido recentemente a igreja tocoísta de “não fazer o uso da denominação e símbolos da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo”, outra ala da mesma congregação religiosa.
Pelo que se infere do acórdão daquele tribunal superior, a facção do líder dos tocoístas estaria a fazer uso indevido dos símbolos de outra ala da congregação religiosa, que há muito vem lutando para a reposição da legalidade.
De acordo com o jornal Angola 24Horas, a Câmara do Cível Administrativo, Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Supremo, em despacho sob o processo nº 85/19 de recurso contencioso de impugnação de acto administrativo proibiu o bispo Afonso Nunes “e a sua facção” de não fazerem o uso da denominação e símbolos da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo. O jornal diz que abordou uma fonte próxima ao bispo que não comentou a decisão judicial, mas terá alegado que o processo estava em “segredo de justiça”. Em alguns círculos comenta-se que as constantes aproximações do bispo Afonso Nunes aos círculos do poder de nada terão servido para inverter a decisão judicial. No âmbito de agradar o regime, o bispo tocoísta defendeu o alargamento dos mandatos presidenciais para 15 anos, ao contrário dos actuais dois períodos de 5 anos cada.
Na semana passada, Afonso Nunes homenageou alguns governantes no âmbito daquilo que ele considerou de combate à Covid-19. O gesto foi visto como mais um exercício de contorcionismo político.
Lembram também que, há dias, Afonso Nunes chegou a defender que os mandatos do actual Presidente da República fosse prorrogado para um futuro terceiro mandato