Economia

Isabel dos Santos está derrotada mas ainda não foi vencida

A Exem Energy, empresa controlada por Isabel dos Santos e que tinha como accionista o seu falecido marido, Sindika Dokolo, perdeu uma acção na justiça holandesa na qual reclamava o afastamento do administrador judicial indicado para a Esperaza Holding, empresa que junta a Exem e a petrolífera Sonangol e que tem uma participação indireta na Galp Energia, a empresa portuguesa.

A Exem veio reclamar a 21 de Maio o afastamento de Camilo Schutte como administrador judicial da Esperaza Holding, numa tentativa de invalidar o relatório elaborado por Schutte que dava suporte às pretensões do Estado angolano de afastar a Exem e Isabel dos Santos da Esperaza, dando à Sonangol o controlo exclusivo desta empresa, que detém 45% da Amorim Energia, sociedade que por seu turno controla 33,34% da Galp, escreve o Expresso. Schutte elaborou um relatório, que levou à Justiça holandesa, em que considera que o acordo para a compra de 6% da Galp pela Exem é nulo.

O administrador judicial concluiu ainda que a Sonangol é o único beneficiário legítimo da Esperaza (cuja participação indireta na Galp é de 15%, dos quais até hoje 9% eram atribuídos à Sonangol e 6% a Isabel dos Santos).

O administrador da Esperaza sublinhou no seu relatório que o acordo de 2006 permitiu à Exem assegurar uma participação de 40% na Esperaza que valia 115 milhões de euros, pagando somente 75 milhões (dos quais 11 milhões à cabeça e o remanescente de forma diferida).

O mesmo responsável refere que “esta transferência de activos públicos [da Sonangol] para familiares do ex-presidente de Angola através de uma transação que foi escondida do público e que implica a transferência de activos estatais de elevado valor para a sua esfera particular, em troca de uma avaliação economicamente irrealista, evidencia que a transação da Exem é, em si mesma, ou faz parte de um acto de corrupção e um esquema de branqueamento de capitais”.

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