CNE garante participação dos cidadãos com deficiência visual introduzindo votos em braile pela primeira vez
A informação foi avançada nessa terça-feira pela comissão durante uma mesa-redonda com a participação de alguns partidos políticos e várias associações, onde abordaram as normas de protecção e mecanismos de inclusão para pessoas portadoras de deficiência visual.
A decisão foi tomada depois de uma reunião entre a comissão eleitoral e o ministério de Acção social, família e promoção da mulher que tem estado a trabalhar com as associações de cidadãos com deficiência visual de modo a criar políticas mais inclusivas para os mesmos em várias áreas sociais e que para essas eleições, a comissão tem estado a trabalhar com interpretes de pessoas com deficiências visuais de modo a garantir a participação dos mesmos na eleição do seu candidato.
A actividade foi presidida pela secretária de estado para açcão social, Elsa Barbara que, durante a sua intervenção, afirmou que o seu ministério tem estado a trabalhar com as referidas associações que, juntos apresentaram as propostas e documentações que serviram de base para a implementação da inclusão dos votos em Braile nas próximas eleições.
Entretanto, o presidente da federação das organizações de protecção de pessoas portadoras de deficiência visual, Rafael Mujinga, mostrou-se preocupado e insatisfeito com a ausência dos presidentes dos partidos políticos na actividade, pelo que, apela que participem nas próximas de modo a implementar mais políticas inclusivas nas suas agendas.
De salientar que o sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, como algarismos e sinais de pontuação, utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.
O código foi criado pelo francês Louis Braille aos 16 anos de idade, 13 anos depois de ter perdido a visão. O sistema será implementado pela primeira vez em Angola, porém, já existe alguns anos em alguns países, como o caso de Portugal e brasil que implementaram tal sistema desde 2018.