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“Embora seja uma visita curta, de poucas horas, mas de qualquer forma em termos de importância política para nós é bastante importante (…) O que nós esperamos como resultado desta visita é que a presença dele (Emmanuel Macron) aqui signifique o reforço das relações de amizade e de cooperação entre os nossos dois países, Angola e a França”, começou por dizer o Presidente João Lourenço.
E o contributo da França para se importante para a diversificação da economia angolana que se faz há anos, ainda sem evidentes resultados visíveis, mesmo que o sector não petrolífero comece a ter maior peso económico.
“Bom, quando nós falamos na diversificação da nossa economia, estamos automaticamente a excluir o sector dos petróleos. Portanto, no sector dos petróleos, a França está muito bem presente em Angola há décadas”, lembrou João Lourenço, para acrescentar que “nos últimos anos a aposta de Angola é continuar a explorar o petróleo e gás, mas prestar particular atenção nos outros sectores da economia. Isso já está a acontecer, felizmente, talvez não na medida do que seria desejável, e da parte da França nós contamos com investimento privado francês em praticamente todos os sectores da economia fora do sector petrolífero”, e esses sectores são a agricultura, a agropecuária ou as pescas.
Mas com uma economia ainda muito assente no sector petrolífero, João Lourenço admite que “um país como Angola, que tem uma grande produção de petróleo, mas não tem tido, até há bem pouco tempo, capacidade de transformar pelo menos parte do crude que explora”, disse o Presidente da República que falou da refinaria de Luanda, “conseguimos reabilitar essa mesma velha refinaria e hoje está a produzir cinco vezes mais do que produzia antes, pelo menos num produto que é a gasolina. Não tanto no diesel, mas sobretudo na gasolina”, disse.
E à refinaria de Luanda juntou, então, o Presidente da República a aposta “na construção de uma refinaria em Cabinda que vai produzir a partir de Dezembro do corrente ano 30.000 barris/dia numa primeira fase e depois, numa segunda, mais 30.000 barris/dia; uma refinaria no Soio com uma capacidade um pouco superior à de Cabinda, serão 100.000 barris/dia e decidimos também retomar um projecto antigo que foi iniciado e que por razões que ninguém entende foi interrompido que é o da construção da grande refinaria do Lobito”.
“Portanto, Angola nos próximos três anos vai ser autónoma em termos de produtos refinados de petróleo. O nosso objectivo é deixar de importar diesel e gasolina, para além do investimento em fontes renováveis de energia, uma vez que a energia à base de fósseis tem os dias contados, portanto, começam a ficar descontinuados ao longo dos anos. Isto não vai acontecer amanhã, mas algum dia há-de acontecer. Portanto, o investimento em outras fontes que vão no futuro substituir o fóssil deve ser feito hoje”, disse João Lourenço na entrevista à RFI.