Órgãos de inteligência em desacordo sobre quem recai mérito do caso Lussaty
De acordo com o Novo Jornal, que cita uma fonte do Serviço de Inteligência Militar, foi este órgão que, em primeira instância, em 2018, suspeitou e seguiu os rastos de desvios de várias somas em dinheiro que se vinham realizado na Casa de Segurança do Presidente da República, e que só em 2020, a investigação atingiu a fase de competências meramente civis, e daí ter passado para a esfera do SINSE – Serviço de Inteligência e Segurança do Estado.
Em face disso, os operacionais do Serviço de Segurança e Inteligência Militar não entendem, e não gostam nem um pouco, que seja o SINSE, sob liderança do general Fernando Garcia Miala, que esteja a receber o mérito de toda essa operação que culminou com a detenção do major Pedro Lussaty, bem como a apreensão de vários milhões em kwanzas, dólares e euros, além de várias viaturas top de gama e imóveis.
A operação, que ficou conhecida como “Operação Caranguejo”, é tida como a principal causa de diversas exonerações na Casa de Segurança do Presidente, inclusive a do general Pedro Sebastião, antigo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República e responsável pela segurança do chefe de Estado.
Devido ao sucesso da operação, e ainda segundo o Novo Jornal, o general Miala, director do SINSE, tido como o ideólogo da operação, reforça assim a sua posição junto do presidente João Lourenço, e junta a seu lado o general Francisco Furtado, que, em 2006, recusou-se a executar uma ordem verbal para despromoção do general Miala, que, na altura, era suspeito de tentativa de um golpe de Estado contra o então Presidente da República, José Eduardo dos Santos.