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Há pessoas nas forças de segurança que querem a mudança e reformas para o país, diz Costa Júnior

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Adalberto Costa Júnior na sua entrevista ao semanário Sol não falou só da UNITA, falou também do MPLA de João Lourenço, que não é, definitivamente o mesmo, mas, no essencial, o regime não mudou, e até endureceu depois das eleições gerais de 24 de Agosto de 2022.

“Houve órgãos de defesa e segurança que colaboraram com a UNITA”, disse Costa Júnior, para acrescentar “o que significa que nem toda a gente acompanha a história de que o regime actua todo da mesma maneira. Há pessoas nas forças de segurança que querem a mudança e reforma para o país. A prova disso é o resultado obtido pelo MPLA nas mesas de voto no bairro onde se situa a presidência, não ganhou em nenhuma delas”.

Adalberto Costa Júnior voltou a dizer que lamenta tenha feito uma campanha eleitoral sem debater com o chefe de Estado, dado que o incumbente, apesar de candidato não aceitou colocar-se nessa posição e debater com os líderes dos partidos da oposição, concretamente com o líder do maior partido da oposição e alternativa de poder, algo que considera que “não é digno de uma democracia”.

O presidenta da UNITA lembrou que o presidente do MPLA e Presidente da República pediu uma vitória expressiva para o seu partido, de cerca de 80% dos votos expressos nas urnas, não a conseguiu, e o MPLA como se sabe tem o resultado mais baixo de sempre, o que é relevante porque “foi o fim dos dois terços dos deputados do MPLA no parlamento”, sublinhou Costa Júnior, e acrescentou “a partir de agora, qualquer revisão da Constituição tem de ser feita com acordos políticos. Essa é a grande diferença entre o antes e o depois das eleições (de 24 de Agosto de 2022)”.

Adalberto Costa Júnior referiu ainda o facto da Constituição ter sido alterada antes das eleições de 2022 “sem qualquer debate, de modo a reforçar os poderes do Presidente e reduzir os aspectos democráticos. Mudou a lei eleitoral, a lei de imprensa, mudaram todas as leis que tivesse incidência no controlo das eleições.

“Apelámos para o Supremo Tribunal, Procuradoria, Comissão Nacional Eleitoral e Tribunal Constitucional e todos fizeram tábua rasa do nosso pedido”, disse ainda Costa Júnior.

Admitiu que ponderou a não participação nas eleições e que colocou “cinco condições: afixação das listas provisórias do registo eleitoral; auditoria ao ficheiro dos cidadãos votantes; afixação antecipada dos cadernos eleitorais; obrigatoriedade da UNITA ter fiscais em todas as mesas de voto e afixação dos resultados eleitorais nas assembleia de voto”, como sabemos, não aconteceu nada disto, pelo menos nestes termos e em alguns casos não aconteceu de todo, embora tenha destacado a existência do movimento “votou, sentou”.

A entrevista na íntegra aqui.

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